"As primícias da grande obra de Deus"
Este fiel testemunho da obra do nosso Senhor teve início na cidade de Chicago, Illinois e não é para engrandecer aquele que o escreve, porém, para a glória de Deus que opera todas as coisas, segundo o conselho de sua vontade. (Efésios 1:11)"
"Eu, Louis Francescon, nasci em 29 de março de 1866, na comarca de Cavasso Nuovo, prov.
De Udine (Itália) de profissão mosaísta. Vim para a América do Norte, depois de ter cumprido o serviço militar, chegando a 3 de março de 1890.
No mesmo ano, ouvi o evangelho por meio da pregação do irmão Miguel Nardi. Em dezembro de 1891 tive do Senhor a compreensão do novo nascimento.Em março de 1892, com o grupo evangelizado pelo irmão M. Nardi e algumas famílias da fé “Valdense” foi criada nesta cidade a primeira igreja presbiteriana Italiana, sendo o Sr. Filippo Grilli, pastor.
Eu fui eleito um dos três diáconos, e após alguns anos, ancião.No princípio do ano de 1894, encontrando-me em Cincinate, Ohio, em serviço material, aconteceu que, estando numa noite de joelhos em meu quarto lendo o cap. 2 da carta aos Colossenses, ao chegar no verso 12 ouvi uma voz que me repetiu 2 vezes: ”Tu não obedeceste a este meu mandamento”.
Então respondi: ”Senhor jamais alguém me falou neste assunto”.Em 1 de Janeiro de 1895, casei-me com Rosina Balzano salva também em nosso meio em princípio de 1892.
Como membro da administração da referida igreja, falei do batismo determinado nas escrituras e como o Senhor me ordenou obedece-lo. Todos se manifestaram contra mim, inclusive o pastor, ao qual eu tinha manifestado por carta que o Senhor me havia falado.
No ano de 1898, o Senhor salvou o irmão Giuseppe Beretta por meio dos metodistas livres americanos, o qual após algum tempo, uniu-se conosco, presbiterianos italianos. Falei-lhe também muitas vezes, do citado batismo, mas no momento não lhe era dado compreender.
Em princípio de setembro de 1903 nos encontramos em Elgin, ILL, (no local onde eu e o irmão G. Marin estávamos executando um trabalho), lhe falei novamente em presença deste, da necessidade de obedecer ao mandamento do nosso Senhor.
Então servindo-se Deus de outros meios, convenceu-se e 2 dias após, fez-se batizar mesmo em Elgin, por um irmão americano pertencente à igreja dos irmãos. Na ocasião lhe disse: Irmão Beretta, agora que sois batizado na próxima segunda-feira, dia 7 que é dia do trabalho, batizar-me-ás também.
Como o pastor se encontrava na Itália, competia a mim como ancião, presidir o serviço que se realizava no domingo, dia 6. Assim tive oportunidade de dizer ao povo o que eu sentia em meu coração e lhes falei: Após 9 anos que o Senhor me falou em obedecer ao Seu mandamento, amanhã com a ajuda de Deus, terei a oportunidade de obedecê-lo e se algum de vós quiser assistir venham ao Lake-front, de Chicago, em tal lugar às tantas horas.
Vieram cerca de 25, dos quais, 18 obedeceram juntamente comigo.Fomos imersos pelo irmão G. Beretta.Pouco tempo depois, o pastor (F. Grilli) voltou da Itália e no 1 domingo que nos reunimos, disse-lhe que eu desejava dirigir algumas palavras à irmandade antes de seu sermão, o que me foi concedido.
Primeiramente perguntei a todos se eu havia feito alguma coisa errada, que testemunhassem; responderam que nada havia contra mim.Então exortei-os que, se quisessem ser participantes das promessas de Deus, seria necessário obedecê-lo conforme Sua palavra. Em seguida apresentei minha demissão de ancião, secretário e membro daquela igreja.
Todos se maravilharam e pediram para que eu não os deixasse e eu lhes respondi que aquela decisão não era por mim premeditada, mas sim ordenada, por Nosso Senhor. Aconteceu também, que aqueles que comigo obedeceram ao mandamento, quiseram abandonar a igreja, o que não julguei conveniente fazerem, todavia o fizeram.
Foi necessário então, que nos reuníssemos em vários lugares pela necessidade dos que não sabiam ler.Assim a primeira reunião foi em casa do irmão ancião N. Moles, na qual, eu fui eleito ancião.
Nessa mesma ocasião, propuz os irmãos G. Beretta, e P. Menconi para dirigirem o serviço uma semana cada um; depois de algumas noites decidiu-se reunir em minha casa.Em 2 de dezembro de 1903, embarquei para a Itália em visita à minha família.
Regressando a Chicago em princípio de maio de 1904, encontrei estes irmãos cheios de si, e em contendas sem fim. Não sabendo como proceder resolvi pedir conselho ao Senhor e Ele respondeu que me separasse deles até que Ele (o Senhor) determinasse unir-me a eles novamente.
Isto foi em outubro de 1904, separando-se comigo também as famílias N. Moles, Alberto di Cicco e alguns outros, nos reuníamos de casa em casa nos dias estabelecidos, e todos os domingos partia-se o pão, recordando a morte do Nosso Senhor.
Eis alguns dos preliminares da grande obra que o Senhor fez pelo Espírito Santo, na colônia Italiana.
Em fins de abril, de 1907, o Senhor me fez encontrar com um irmão americano, um dos primeiros a receber a promessa do Espírito Santo, em Los Angeles, no ano de 1906 e, por meio dele soube que na W. North Ave, 943, havia uma missão que anunciava a promessa do Espírito Santo e que o próprio pastor (W.H. Durham) a havia recebido.
Na primeira semana freqüentei sozinho aquele serviço e o Senhor me confirmou que aquela era Sua obra.No domingo seguinte me acompanhou o resto do grupo.
No mês de Julho, a minha esposa foi a primeira a ser selada com o dom do Espírito Santo, falando em língua Sueca e a irmã Dora di Cicco foi a segunda falando em língua chinesa.Em 25 de agosto o benigno Senhor se comprazeu selar a mim também.
No dia 14 do mesmo mês, veio também o irmão Giovanni Perrou e perguntei-lhe se conhecia o evangelho e ele respondeu-me haver nascido no evangelho; perguntei-lhe também se tinha em si mesmo testemunha de ser salvo, e ele respondeu-me que não sabia, então o exortei a pedir perdão a Deus de todo o seu coração e depois buscar a promessa do Seu Espírito Santo; ele obedeceu prostrando-se de joelhos e naquele momento, o Benigno Senhor o lavou com Seu Sangue, e também o selou com a promessa do seu Espírito Santo.
Naquele momento se achavam presentes os irmãos G.Marin e A. Lencioni, tendo esse último se manifestado contrário; entretanto vendo como o Senhor operava sobre o irmão G. Perrou, seu conhecido, convenceu-se e buscou também a face do Senhor.
No inesquecível dia 15 de setembro do mesmo ano, na casa de oração da W. Grand Ave, 1139, o Senhor se manifestou no irmão A. Lencioni, e muitos dos presentes julgando que ele não se encontrasse em si, formaram um ambiente confuso por não discernirem a obra de Deus.Dois dos presentes vendo isso, vieram me chamar dizendo que fosse depressa onde eles se encontravam reunidos; antes de sair orei ao senhor que me determinou ir.
Ao entrar naquele local, o Senhor me abriu a boca para falar no poder do Sangue do concerto eterno, e que só por Ele se pode permanecer em pé, na presença de Deus e obter as suas fiéis promessas.
Imediatamente o Senhor se manifestou com a sua presença, selando os irmãos P. Menconi, A. Andreoni, A. Lencione e outros, e as maravilhas de Nosso Senhor, foram conhecidas e manifestadas a todos quantos vinham vê-las e o senhor convencia e os selava, jovens e velhos, e entre esses os irmãos G. Marin e Umberto Gazzari.
Quando voltei a congregação de W. Grand Ave, o irmão P. Ottolini abria o serviço e P. Menconi presidia.No terceiro serviço que tivemos, sucedeu que enquanto o irmão P. Menconi subia ao púlpito, o irmão P. Ottolini (guiado pelo Espírito Santo) falou em alta voz: “Irmão Menconi, pare; o Senhor me disse que enviou em nosso meio o irmão Louis Francescon para nos exortar”.
E o irmão P. Menconi foi confirmado por Deus para ficar sentado no momento, depois também Deus se serviria dele. E foi assim que, novamente, ocupei o lugar de ancião nessa igreja até 29 de junho de 1908."
Em 8 de março de 1910, por determinação do senhor, partimos direto a São Paulo (Brasil).
No segundo dia de nossa chegada, divinamente guiados, encontramos no jardim da luz um italiano chamado Vicenzo Pievani (ateu) morador em Sto. Antônio da Platina, Paraná, e lhe falamos da graça de Deus.
Dois dias após, V. Pievani voltou a Sto. Antônio da Platina, e nós permanecemos em São Paulo até 18 de abril, quando então por vontade de Deus, o irmão G. Lombardi, partiu para Buenos Aires e eu para Sto. Antônio da Platina.
Chegando aquele lugar, encontrei 2 italianos um dos quais era V. Pievani e o outro Felício A . Mascaro; sendo suas esposas e demais moradores daquele lugar brasileiros e de fé católica romana.
Para ir ao lugar onde o Senhor me ordenara, eu não tinha nenhum endereço a não ser o seguinte: V. Pievani, Sto. Antônio da Platina, Paraná.
Havia só uma estrada de ferro que levava ao sul daquele estado, porém, Sto. Antônio da Platina achava-se ao norte e distante mais de 200 Km da estação mais próxima.
Meu coração duvidava em tomar aquela estrada, porém, me senti de ir a estação e consultar o mapa e o Espírito Santo me indicou a tomar a estrada de ferro sorocabana que percorria o estado de São Paulo, passando perto do norte do Paraná e sua última estação era Salto Grande.
Parti de São Paulo às 5:30 h, com uma terrível dor lombar que me impediu tomar alimento durante todo aquele dia. Cheguei a Salto Grande às 23 h e nesse lugar o Senhor me disse ter preparado tudo para mim, a fim de cumprir minha missão; e assim aconteceu, porém faltavam cerca de 70 km a cavalo, atravessando matas virgens infestadas de Jaguarás e outras feras existentes no lugar.
Pela graça de Deus fiz esse resto de viagem com um guia indígena, chegando em Sto. Antônio da Platina, em 20 de Abril.
Outra dificuldade que encontrei foi não conhecer uma palavra do idioma português, e achar-me sem dinheiro e doente; Deus, porém, que tem todos os corações em suas mãos, me fez ver a primeira maravilha: ao chegar naquele local, encontrei na janela a esposa do italiano V. Pievanti tendo o senhor lhe dito: “Eis o homem que Eu vos enviei”.(note-se que eu não era lá esperado).
Assim fui recebido em sua casa e poucos dias depois, o Senhor comprazeu-se em abrir seus corações e de mais 9 pessoas. Foram batizadas na água 11 pessoas e confirmadas com sinais do Altíssimo.
Estas foram as primícias da grande obra de Deus naquele país.
Logo após o inimigo procurou trabalhar para desfazer aquela obra mas, foi em vão o seu trabalho.
O resto do povo daquele lugar sabendo da minha chegada e da minha missão, juraram matar-me, tendo como chefe um sacerdote.
Isto teria sucedido se Deus não interviesse com seus meios.O Senhor me fez saber de permanecer lá até 20 de junho; nessa prova eu estava pronto a me entregar aos inimigos a fim de poupar a vida aos poucos crentes que o senhor havia chamado. Deus é testemunha disso, como também os irmãos que lá vivem.
Parti de Sto. Antônio da Platina, em 20 de junho, com destino a São Paulo.
Apenas chegando aquela capital, o Senhor permitiu abrir uma porta resultando que cerca de 20 almas aceitaram a fé e quase todas provaram a divina virtude.
Uma parte eram presbiterianos, outra batistas e metodistas e alguns católicos romanos.
Alguns foram curados e outros selados com o bendito dom do Espírito santo.
Até agora o Senhor me enviou 9 vezes ao Brasil, e todas as vezes tenho notado maior progresso no meio deles, quer espiritual, quer material.
Eis como o benigno Deus começou a Sua obra.
Pelo batismo da água, segundo o mandamento do senhor Jesus, fomos tirados das seitas humanas e de suas teorias; pelo Dom do Espírito Santo ela foi animada e engrandecida, nada mais havendo necessidade de acrescentar, pois os resultados falaram e ainda falam desta maravilhosa obra feita pela potente mão de Deus e só a Ele seja dada toda honra e glória por Jesus Cristo, Bendito em Eterno. Amém"
Louis Francescon
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